Os Homens que Não Amavam as Mulheres - Stieg Larsson.

Título: Os Homens que não Amavam as Mulheres.
Original (sueco): Män som hatar kvinnor.
Autor: Stieg Larsson.
Editora: Companhia das Letras.
Nota: 4/5.

Primeiro volume de trilogia cult de mistério que se tornou fenômeno mundial de vendas, Os homens que não amavam as mulheres traz uma dupla irresistível de protagonistas-detetives: o jornalista Mikael Blomkvist e a genial e perturbada hacker Lisbeth Salander. Juntos eles desvelam uma trama verdadeiramente escabrosa envolvendo a elite sueca. Os homens que não amavam as mulheres é um enigma a portas fechadas - passa-se na circunvizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o veelho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou. Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mikael descobre que suas inquirições não são bem-vindas pela família Vanger. E que muitos querem vê-lo pelas costas. De preferência, morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois.... até um momento presente, desconfortavelmente presente. (SKOOB)

Emprestei esse livro da minha amiga há tanto tempo e só agora consegui ler. Coitada, ela sofre quando me empresta livros, mas eles sempre voltam inteiros, então isso compensa. Enfim, já comecei sabendo que seria uma leitura bem complicada, extensa e forte, porém mesmo assim o livro conseguiu me surpreender, sendo melhor do que eu esperava. Vamos à resenha.

O livro fala sobre Mikael Blomkvist, um jornalista da revista Millennium que foi acusado e declarado culpado de fazer falsas acusações contra um grande poderoso empresário. No começo do livro vemos já ele sendo acusado, depois nos esclarecendo como isso aconteceu e de onde vieram essas acusações que ele fez. Em paralelo, tem a trama da Lisbeth Salander, uma hacker que ‘trabalha’ em uma empresa de segurança. Ela é contratada para investigar Mikael por um poderoso homem, que depois o acaba contratando para investigar um caso de família. Uma família bem sinistra por sinal. É ai que no meio de tanta confusão, a história deles vão se entrelaçar para poderem descobrir um mistério ainda sem solução. Não quero revelar muita coisa, então é isso.

Gostei muito do livro. Já estava prevendo que iria gostar, mas não tanto assim. O livro é muito bem escrito, tem uma trama complexa e muito rica em detalhes, muitos nomes de pessoas e lugares pra você fixar na memória, confesso que no começo me perdia com tudo isso, principalmente em relação ao parentesco – mas tem um quadro no começo do livro pra ajudar, que bom. A narração é feita em terceira pessoa, permitindo que possa pular da parte do Mikael para as partes da Lisbeth, que são as melhores, sem muito drama. A escrita do autor é muito boa e ele não fica mascarando as cenas fortes, de violência, é tudo jogado na cara do leitor. Eu tive que fechar o livro e respirar fundo para tentar controlar o sentimento de raiva que eu tinha por aquilo ter acontecido. No começo de cada uma das partes do livro fala a porcentagem de mulheres que já foram agredidas, abusadas e ameaçadas na Suécia. Isso é uma coisa que vemos sempre no noticiário, as mulheres estão sendo vítimas de muitos casos assim. É difícil e ridículo tudo isso, eu nem vou começar a falar desse assunto senão a minha resenha ficará enorme, mas que fique aqui a minha indignação com tudo isso, principalmente em relação a impunidade em casos assim. Voltando ao livro, isso é abordado e tem duas cenas que mostram abusos e agressão. Não é um livro pra pessoas com estômago fraco, já vou avisando pra não dizerem que eu não avisei.

O livro é extenso, muitas coisas acontecem e em uma determinada parte começa a ficar mais lento, o que me deixou um pouco irritada. Não conseguiu perder toda a qualidade, porém desanimou um pouco a minha leitura. O desfecho do mistério todo é uma coisa de louco, não estava conseguindo assimilar tudo quando foi chegando ao final, é tudo muito cruel e horrível. Tem duas tramas o livro: a primeira é sobre um suposto assassinato que Mikael é chamado para investigar. O grande poderoso Henrik Vanger, um dos donos das empresas Vanger que são a toda poderosa do livro, o contrata para investigar o sumiço, e suposto assassinato, de sua sobrinha Harriet Vanger há quase quarenta anos e que ainda não foi solucionado. Assim, Mikael vai para a ilha onde ocorrer esse desaparecimento e começa a sua investigação sobre o caso, não sabendo no que poderia levar. Eu achava que ele nunca ia conseguir concluir esse caso, tava bem complicado no começo e já tinham se passado tantos anos que provavelmente os vestígios já tinham sido encobertos. Quando chegou ao final e revelou tudo o que tinha se passado, eu fiquei chocada com o tamanho da proporção de tudo isso, não achava que fosse qualquer coisa do tipo. Me surpreendeu.

A segunda parte é sobre o caso das acusações contra o empresário, que também vai ser resolvida em algum momento, senão não teria necessidade de aparecer no livro, obviamente. A Lisbeth tem participação fundamental em tudo isso, acho que provavelmente nada chegaria a uma conclusão completa se ela não tivesse se envolvido. Ela é, de longe, uma das melhores personagens que já tive a oportunidade de conhecer – em um livro, obviamente. Sempre tem alguma coisa se passando pela cabeça dela, não deixa nada barato pra ninguém que a menospreza, tem um comportamento difícil de lidar e tudo isso deixa ela ainda mais girl power. Adorei a personagem, simplesmente incrível. Livros precisam de mais protagonistas como ela, de verdade, ta difícil hoje em dia.

Resumindo: o livro é bem construído e desenvolvido, sendo bem extenso e com partes com apenas narrações, que pode deixar a leitura um pouco cansativa em algum momento, mas no final a leitura vale completamente à pena. Recomendo, claro, vá ler agora. Claro que tem bastante cenas explícitas, o autor não esconde ou mascara as coisas que vão acontecendo, e eu sempre acho isso fantástico – quando o autor consegue fazer de uma maneira boa, como foi o caso desse. É isso então, ainda tem mais dois livros dessa trilogia obviamente, já que esse é o primeiro Millennium e já estou ansiosa por eles, esperando que seja tão bom quanto esse primeiro. Fim.

As Bruxas de Oxford - Larissa Siriani.

Título: As Bruxas de Oxford.
Autora: Larissa Siriani.
Editora: Literata.
Nota: 4/5.

A antiga Casa Azul nunca foi cenário de boas histórias. Há mais de cem anos, dizem, era lar de sete bruxas que foram queimadas na fogueira e que juraram vingança. Mas é quando Malena, seus pais e seus seis irmãos mais velhos se mudam para lá que a lenda se prova verdade. Coisas estranhas começam a acontecer sempre que ela se exalta, e, de repente, ela se descobre cercada por um passado que ela até então desconhecia, e condenada a consertar os erros de uma vida passada. E, quando os velhos inimigos começam a aparecer, Malena vai perceber que certos sentimentos se carregam para além da vida. (SKOOB)

Eu sempre quis ler esse livro gente, vocês não têm noção. Entretanto, só consegui de fato tê-lo em mãos na Bienal do Livro desse ano, quando passei no estande da Literata no qual a Larissa estava autografando. Resolvi que essa seria minha leitura horripilante para o mês de Outubro, que teve o Halloween, então consegui finalmente lê-lo. Foi a melhor coisa que eu fiz, esse livro é muito bom.

O livro conta sobre Malena, uma garota albina que tem uma família enorme, ela tem seis irmãos mais velhos, sendo a única menina. Que difícil. Eles se mudam para Oxford, a cidade onde seus pais cresceram, e é lá que as coisas começam a ficar complicadas. A nova casa deles tem uma fama não muito boa, na verdade é bem aterrorizante. Teria sido lar de bruxas que foram queimadas na fogueira e juraram vingança. Malena então começa a ter ‘acidentes’ estranhos, principalmente quando está nervosa. Porém ela logo vai descobrir que isso é muito mais do que ela sequer imagina, e que está cercada por um passado desconhecido e agora precisa consertar os erros cometidos há muito tempo. Essa sinopse não ficou a altura do livro, mas eu tentei.

Estava com altas expectativas para esse livro e ele conseguiu atendê-las, ainda bem. A narração é feita em primeira pessoa, pela Malena, e fiquei feliz por ela ser uma mocinha bacana. A trama é incrível, me surpreendi bastante e achei tudo muito bom. Eu adoro o tema bruxas em um livro, mas ultimamente não tinha lido alguns bons o suficiente, só que esse conseguiu me agradar. Eu estou feliz, de verdade. O livro é todo lindo por dentro e por fora, tem umas imagens em cada começo de capítulo, tem detalhes cinza em todas as páginas, muito lindo.

Bom, nem sei por onde começo a falar dos pontos positivos, então vou começar falando de um único detalhe que eu acabei não gostando. O final. Não foi completamente ruim, eu só estava esperando alguma coisa diferente, porém deixou uma ponta solta para o próximo livro da trilogia, que eu já estou mega ansiosa pra ler (ainda bem que já o tenho aqui em casa também). Foi só isso também, de resto eu achei tudo muito bem desenvolvido. Estava preocupada sobre como a história das bruxas que antes ali moravam ia se entrelaçar com a de Malena. Isso é praticamente o centro de todo o livro, então claro que eu estava torcendo pra ser algo muito incrível e foi. Não me lembro de ter lido nada parecido com o que aconteceu nesse livro e foi muito interessante. Teve flashbacks, que eu adoro, então já ganhou meu coração. Eu não quero falar muito sobre essa ligação entre as famílias, porque acho que é muito spoiler, então só vou falar pouca coisa pra não adiantar muito o livro para quem ainda não o leu. Enfim, elas têm essa ligação, sendo a Malena em especial com a Dorothi, uma das irmãs bruxas que ali morava. Essa ligação foi muito bem explorada e eu gostei bastante. Eu gostei de tudo, fica difícil de falar alguma coisa diferente disso.

O encerramento de toda a trama desse primeiro livro foi inesperado. Eu achava que poderia acontecer algo do tipo, mas não estava esperando por isso. Então me surpreendeu e quero ver como isso será abordado no próximo livro, estou curiosa. Adorei o livro, não consegui expressar o quando eu gostei do livro e fiquei envolvida por sua trama de bruxas, heranças e famílias. Foi uma surpresa incrível. Sinto que estou me repetindo aqui, só que foi isso que eu achei do livro, pronto.

As personagens foram bem aproveitadas. Tinha muita gente já que a família da Malena é enorme. Sério, eu me perdia no meio de tantas pessoas, só depois fui me adaptando e sabendo melhor o parentesco entre elas. Adoro livros que tem todo esse lance de problemas em família, são os melhores, devem ser mais aproveitados, o tema é incrível. Eu sei que fico tagarelando coisas sem sentido no meio da resenha, estou consciente desse fato (?). A Malena é uma garota que se vê de repente com poderes estranhos que não consegue compreender de onde vieram e o motivo de só aparecerem agora quando se mudaram para Oxford. Ansiava por respostas assim como ela e com o passar dos capítulos, quando ela vai começando a entender melhor a situação das coisas, ficava apreensiva e achava que ela não iria conseguir sair dessa enrascada. Ainda tem um gato misterioso que ela encontra, o Toy, que parece compreender o que ela fala e vai lhe indicando o caminho várias vezes. Esses felinos! Na escola nova ela logo faz novos amigos, como a Yara e o Patrick, que são os primeiros a conhecê-la. Tem a Kathi, uma garota meio gótica de quem ninguém queria ficar perto, mas logo Malena faz amizade com a garota e tenta incluí-la no seu novo círculo de amizade. E, claro, tem o mocinho da história, o Sam, que é uma graça, mas aparece pouco no livro.

Falando um pouco das bruxas, tem a Dorothi, com quem a Malena tem uma ligação maior e que é simplesmente uma chata. Teve uma cena que eu fiquei com tanta raiva dela que precisei dar uma pausa na leitura para me acalmar. Fortes emoções esse livro. As irmãs delas são tantas, mas a que mais era inimiga da Dorothi era a Jane e eu senti falta de mais aparições dela no livro. Teve algumas, claro, só que senti falta, foi isso. Gosto de barraco em família nos livros, então é isso (?).


Resumindo: LEIAM, AGORA! Eu adorei o livro, achei simplesmente incrível e bem desenvolvido. Estou ansiosa para o segundo livro e torcendo para ser tão bom quanto esse primeiro. As Bruxas de Oxford é o primeiro livro de uma trilogia, que chama O Coração da Magia, cujo segundo livro tem o mesmo nome. É isso, nada mais a falar, fim.

O Desafio de Ferro - Holly Black e Cassandra Clare.

Título: Magisterium: O Desafio de Ferro.
Original: Magisterium – The Iron Trial.
Autoras: Holly Black e Cassandra Clare.
Editora: Selo #irado (Novo Conceito).
Nota: 4/5.

AMIGOS E INIMIGOS. PERIGO E MAGIA. MORTE E VIDA. A maioria dos garotos faria qualquer coisa para passar no Desafio de Ferro. Callum Hunt não é um deles. Ele quer falhar. Se for aprovado no Desafio de Ferro e admitido no Magisterium, ele tem certeza de que isso só irá lhe trazer coisas ruins. Assim, ele se esforça ao máximo para fazer o seu pior... mas falha em seu plano de falhar. Agora, o Magisterium espera por ele, um lugar ao mesmo tempo incrível e sinistro, com laços sombrios que unem o passado de Call e um caminho tortuoso até o seu futuro. Magisterium - O Desafio de Ferro nasceu da extraordinária imaginação das autoras best-seller Holly Black e Cassandra Clare. Um mergulho alucinante em um universo mágico e inexplorado. (SKOOB)

Todo mundo estava tão ansioso pra esse livro que eu não estava levando muita fé nele. Geralmente quando todo mundo ama determinado livro, eu fico meio cansada dele e não gosto. Sou do contra, é assim que é (?). Enfim, larguei essa ideia de lado e resolvi dar uma chance ao livro, já que uma das escritoras é a Cassandra Clare e eu simplesmente amei Cidade dos Ossos, então era um ponto a favor. Enfim, vamos à resenha.

O livro conta sobre Callum Hunt, um dos meninos que quer a todo custo falhar e não conseguir passar no Desafio de Ferro. Ele não quer ir para o Magisterium, já que durante toda sua vida seu pai o avisou para ficar longe da magia, que isso só traria problemas para ele. Só que a vida não é sempre gentil pra todo mundo, então obviamente Call acaba falhando com seu plano de falhar no teste e consegue entrar para o Magisterium, esse lugar onde ensinam as crianças a controlar sua magia para que não façam nada de perigoso e é localizado no subsolo, medo. Mas isso é só o começo, ainda tem muito mais forninho pra cair na cabeça dele. É isso, minha melhor sinopse.

Fui surpreendida, de um jeito bom. O livro não foi do jeito que eu imaginei que seria, o que foi bom. A narração é feita em terceira pessoa, mas não permite muitos pontos de vista, então ficamos basicamente com o Call, que é o protagonista. A trama é bem montada, tem todo o lance do Magisterium e dos mistérios por trás dele e também do Inimigo da Morte, que é o vilão do livro. Gostei bastante, apesar de não ter conseguido montar todo o Magisterium debaixo da terra na minha cabeça, e acho que ainda tem muito mais coisas legais para vir dessa série, assim espero.

A trama caminha bem, têm momentos de tensão, mistérios e uma diversão vez ou outra, afinal os personagens tem uns 12 anos se não me engano. O que eu mais gostei foi de uma revelação próxima ao final do livro e que me deixou sem rumo. Estou curiosa para saber o que vai se desenrolar e como vai ser resolvida essa questão. Me surpreendeu, não estava esperando por isso e agora já acho que vai tudo dar completamente errado pra eles em todos os livros (nem sei quanto são) que possam vir por ai. Livros bons são aqueles que seguem a Lei de Murphy, tem que ser assim (?). Enfim, gostei muito de como tudo caminhou e o final foi melhor do que o esperado, então não tinha como não gostar do livro. Têm 381 páginas, o que é bem grande pro meu gosto (?), porém acabei lendo rapidinho, tem ilustrações pequenas no começo de cada capítulo e é isso. Gostei bastante, de verdade, ainda bem que resolvi dar uma chance para ele. É um livro infantojuvenil, mas creio que muitas pessoas mais velhas irão gostar dele.

O único problema que permaneceu comigo durante toda a leitura foi a sensação de ‘já vi isso antes’. Talvez o problema seja comigo, já que não consigo não ficar comparando alguns pontos com outros livros que li, mas infelizmente essa sensação tomou conta de mim durante a leitura e fez com que eu sentisse que já tinha lido aquilo em algum lugar. Mas foi o de menos, de resto o livro é muito interessante e tudo mais o que já falei nos parágrafos anteriores.

O Call é um garoto que se vê num mundo de magia que seu pai tanto falava que não era bom. Um dos motivos é que a mãe do menino morreu durante uma guerra mágica por ai, então o pai ficou com receio pelo filho. Então ele passa no Desafio de Ferro e vai para o Magisterium, onde começa a fazer amigos e realizar magias que nunca antes pensava que fosse capaz. Admito que no começo ele me irritava um pouco, mas depois foi melhorando e abrindo seus olhos para aquele mundo novo, mesmo que ficasse com receio de o pai nem se importar mais com ele depois que foi aceito. Tem outros dois personagens que são seus companheiros de estudos: Aaron e Tamara. Aaron é a personificação do bom estudante e ele parece sempre ser ótimo em tudo que faz. Tamara já é um pouco mais rebelde e foi isso o que eu mais gostei nela. Os três não se dão muito bem logo no início, só que com o passar do tempo as coisas vão tomando um rumo melhor. Ainda tem o Jasper, um garoto insuportável que vive irritando o Call, que também o irrita por sua vez, e a Célia, que pode ou não ter uma paixonite pelo nosso protagonista.


Resumindo: eu super adorei o livro, acho que tem bastante potencial e muitos mistérios para serem resolvidos. Recomendo, é claro, leiam. É isso por hoje, nada mais a comentar, fim.

Onde Deixarei meu Coração - Sarra Manning.

Título: Onde deixarei meu coração.
Original: Nobody’s Girl.
Autora: Sarra Manning.
Editora: Galera Record.
Nota: 2/5.
Resenha por: Ju.

Simples, careta e sem graça. É assim que Bea se vê. Então quando a super descolada Ruby e seu bando de populares passam a se interessar por sua opinião, isso só pode ser uma pegadinha. Certo? Pelo menos é assim que sempre acontece nos filmes... Mas o convite para passarem as férias em Málaga parece pra valer. E com um bônus: Bea pode se afastar da mãe irritante e controladora. No entanto, depois de apenas 48 horas na Espanha, Bea se flagra mudando o itinerário. A menina decide visitar Paris para encontrar o pai que nunca conheceu. Afinal, a cidade luz pode emprestar um pouco de clareza a um período nebuloso de sua vida familiar. No caminho, ela conhece Toph, um estudante americano mochilando pela Europa. Enquanto procuram pelo pai dela nos cafés e boulevards de Paris, ela perde a cabeça em vez disso. Será que Bea é a garota de Toph ou a boa menina que sua mãe espera que ela seja? Ou será esse o verão mágico em que Bea finalmente torna-se dona do próprio nariz? (SKOOB)

A história de Bea é considerada, por ela mesma, a mais entediante de todas. Ela não é a popular da escola, mora com sua mãe, tem que tomar conta de seus irmãos gêmeos, e a coisa que a mais incomoda: Não conhecer seu pai. O mundo novo em que Bea se vê, começa a acontecer quando ela conhece Ruby, a menina mais popular do colégio. Baladas, bebidas e garotos nunca foi o seu forte. As esperanças de encontrar seu pai foram lançadas quando ela faz uma viagem com as ‘amigas’ para á Espanha. O país é maravilhoso, e quando acha uma oportunidade para ir a Paris encontrar seu pai, ela toma a decisão de ser responsável por seus atos.

O livro conta a história de Bea, como ela consegue superar as complicações familiares, achar o amor e, principalmente a si mesma. Infelizmente acabou não sendo uma leitura que eu gostasse tanto. A história é bacana, mas não me envolveu. O romance não me encantou tanto quanto eu estava esperando. Talvez seja porque eu não tenha gostado da personagem principal, pode ser. Ela tem alguns pensamentos bem infantis e imaturos para a idade que Bea diz ter, então isso acabou me incomodando durante a leitura.

Os personagens me irritaram muito. Não gostei de nenhum deles. Bea, a protagonista tem 17 anos e é um pouco mimimi demais. Quando a mãe dela disse que ela era muito irresponsável eu concordei, porque os pensamentos imaturos e atos não elaborados com clareza faziam a protagonista ficar um pouco incompleta. Não sei explicar. O Toph, ok, ele era mais ou menos, mas não me agradou do jeito que eu gostaria para ser o par perfeito da Bea. Não consigo descrever os amigos figurantes, eles não apareciam muito na história. Isso vale também para a família (que se resumia apenas na mãe). A Ruby em particular é uma daquelas meninas malvadas que você sabe como irá acabar no final. E ela meio que merecia sim, mas a parte dela na história não foi bem trabalhada, assim como a parte das outras meninas do grupinho.


Então, isso é o que eu achei do livro. Infelizmente não conseguiu atingir minhas expectativas, estava esperando mais e foi nisso que deu. Apesar de ser um livro grande, é fácil de ler, mas em determinados pontos pode ficar um pouco cansativo devido aos vários detalhes presentes na trama. É isso, até a próxima resenha.  


Ser Feliz é Assim - Jennifer E. Smith.

Título: Ser Feliz é Assim.
Original: This is what happy looks like.
Autora: Jennifer E. Smith.
Editora: Galera Record.
Nota: 3/5.

A vida — assim como o amor — é cheia de conexões inesperadas e enganos oportunos. Uma ligeira mudança no curso pode gerar consequências surpreendentes. Afinal, às vezes, o desvio, o atalho é o verdadeiro caminho. A estrada que deveríamos ter escolhido desde sempre... Se pelo menos tivéssemos a coragem de fazer do coração nossa bússola. Graham Larkin e Ellie O'Neill não poderiam ser mais diferentes. O rapaz é um ídolo adolescente, um astro das telas de cinema; uma vida calcada na imagem. O cotidiano constantemente sob o escrutínio dos refletores. Agentes, produtores, RPs, assessores... Já Ellie passou a vida escondida nas sombras, fugindo de um escândalo do passado enterrado em sua árvore genealógica. Mas, mesmo sem aparentemente nada em comum, os dois acabam se conhecendo — ainda que virtualmente — quando Graham envia a Ellie, por engano, um e-mail falando sobre o porco de estimação Wilbur. Esse primeiro contato leva a uma correspondência virtual entre os dois, embora não saibam nem o nome um do outro. Os dois trocam detalhes sobre suas vidas, esperanças e medos. Então Graham agarra a chance de passar tempo filmando na pequena cidade onde Ellie mora, e o relacionamento virtual ganha contornos reais. Mas será que duas pessoas de mundos tão diferentes conseguirão ficar juntas? Será que o amor é capaz de vencer — mesmo — qualquer obstáculo? E mais importante... é possível separar ilusão de realidade quando o coração está em jogo? (SKOOB)

Já tinha lido o outro livro da autora publicado pela Galera Record, que foi As Probabilidades Estatísticas do Amor a Primeira Vista, então fiquei curiosa para esse outro com a capa tão colorida e alegre. No começo estava achando tudo muito parado, porém a autora conseguiu fazer com que eu apreciasse o livro, mesmo que não com a mesma intensidade que eu estava esperando.

O livro conta sobre Ellie O’Neill e Graham Larkin, duas pessoas que não podiam ter vidas mais diferentes e acabam se apaixonando um pelo outro. Graham é um ator super famoso de filmes adolescentes e tem sempre um fotógrafo atrás dele. Ellie mora numa cidade pacata no Maine e já passou a vida fugindo de escândalos do seu passado, então fotógrafos nem pensar. Mas um e-mail chega por acaso para Ellie falando sobre levar um porco para passear e os dois começam a conversar, sem nem saber seus nomes. Eis então que o filme de Graham vai ser gravado nessa cidadezinha do Maine e agora ele tem a oportunidade de conhecer essa garota especial, mas será que duas pessoas de mundos tão diferentes vão conseguir ficar juntas?

Estava esperando mais do livro, entretanto isso não quer dizer que a leitura foi de toda ruim. A narração é feita em terceira pessoa e os capítulos são intercalados para mostrar o a vida de cada um. A trama é bacana e acho que isso fez com que uma história já fosse montada na minha cabeça, o que acabou não acontecendo no livro e daí fiquei triste. Preciso parar de imaginar as coisas antes de lê-las. Enfim, o começo é interessante, vamos sabendo mais da vida deles e de como vão se conhecendo, só que têm muitos detalhes. Têm muitas partes narradas e conta várias coisas que às vezes não são tão importantes naquele momento, então isso fez com que minha leitura ficasse bem arrastada. Esse ponto foi o que mais me incomodou no livro, então não pude apreciá-lo por completo, infelizmente.

O romance é bonitinho, gostei dos personagens juntos e de como foi se desenvolvendo a trama para eles. Ellie é uma menina que foge dos holofotes, mas que de repente se vê envolvida com esse astro teen. Achei engraçadas as partes que a mãe dela acaba vendo os dois juntos, apesar de não ser tão engraçado assim para a personagem no livro, mas eu dei um pouco de risada. Ela tem todo um drama de família que não quer revelar e se aproximar do Graham faria com que isso voltasse. Só que ele é tão querido, sério, Graham é definitivamente o mocinho do tipo mocinho (?) mesmo. Afinal, ele que deu a dica da cidade onde ela mora para ser o local das gravações do filme. Ah, o amor. Então, gostei dos personagens e de como as coisas foram se desenvolvendo para os dois. Que milagre eu gostar de um casal, nossa. Ainda tem a Quinn, que é a amiga da Ellie e que é uma das únicas personagens secundárias que tem uma importância maior no livro. Gostei dela, deveria ter aparecido mais.

Então eu gostei de todo o conjunto do livro, do romance e dos personagens, porém a narrativa mais arrastada e com muitos detalhes acabou fazendo com que minha leitura não fosse tão boa quanto eu estava esperando. Foi boa, mas poderia ter sido melhor, é isso. Outra coisa que não me agradou muito foi o final, achei que ficou estranho, sei lá. Não sei explicar e não quero falar muita coisa para não dar mais spoilers do que toda a sinopse do livro já acaba dando.


Resumindo: é isso, gostei moderadamente do livro, porém isso não quer dizer que eu não vou recomendá-lo. Recomendo, claro, vá ser feliz. É isso por hoje, fim.

Mar da Tranquilidade - Katja Millay.

Título: Mar da Tranquilidade.
Original: The Sea of Tranquility.
Autora: Katja Millay.
Editora: Arqueiro.
Nota: 3/5.

Nastya Kashnikov foi privada daquilo que mais amava e perdeu sua voz e a própria identidade. Agora, dois anos e meio depois, ela se muda para outra cidade, determinada a manter seu passado em segredo e a não deixar ninguém se aproximar. Mas seus planos vão por água abaixo quando encontra um garoto que parece tão antissocial quanto ela. É como se Josh Bennett tivesse um campo de força ao seu redor. Ninguém se aproxima dele, e isso faz com que Nastya fique intrigada, inexplicavelmente atraída por ele. A história de Josh não é segredo para ninguém. Todas as pessoas que ele amou foram arrancadas prematuramente de sua vida. Agora, aos 17 anos, não restou ninguém. Quando o seu nome é sinônimo de morte, é natural que todos o deixem em paz. Todos menos seu melhor amigo e Nastya, que aos poucos vai se introduzindo em todos os aspectos de sua vida. À medida que a inegável atração entre os dois fica mais forte, Josh começa a questionar se algum dia descobrirá os segredos que Nastya esconde – ou se é isso mesmo que ele quer. Eleito um dos melhores livros de 2013 pelo School Library Journal, Mar da Tranquilidade é uma história rica e intensa, construída de forma magistral. Seus personagens parecem saltar do papel e, assim como na vida, ninguém é o que aparenta à primeira vista. Um livro bonito e poético sobre companheirismo, amizade e o milagre das segundas chances. (SKOOB)
Demorei tanto pra terminar esse livro que estou até feliz por finalmente poder fazer uma resenha para ele. Estava bem ansiosa para essa leitura já que parecia ter um tema bem intenso e o livro ser cheio de reviravoltas e afins. Não foi exatamente o que eu estava esperando, entretanto não foi uma leitura ruim. Vamos à resenha.

O livro conta sobre Nastya, uma garota que se mudou recentemente para a casa da sua tia para tentar deixar um pouco do passado para trás. Um grave acontecimento marcou a vida dela, fazendo com que sua identidade fosse perdida, sua mão machucada e impossibilitada de tocar piano, e ainda a fez perder a vontade de falar. Ela encontra maneiras de tentar manter qualquer um longe dela nessa nova vida, porém Nastya não contava encontrar um garoto tão parecido com ela. Josh parece ter um campo de força negativo ao seu redor, as pessoas simplesmente não o querem por perto, porque a morte parece que o persegue. Então é assim que essas duas pessoas vão se conhecer e toda a trama vai acontecer, não posso contar tudo pra vocês.

De fato, é uma leitura bem intensa. Tem uma carga pesada de emoções, os protagonistas são totalmente imperfeitos e ainda tem o mistério por trás do passado deles, principalmente da Nastya. O livro intercala narrações de ambos os protagonistas, o que ficou muito bom. Tem bastante narração e é uma leitura bem vagarosa. Eu não conseguia ler muitas páginas por dia, acaba ficando com a impressão de que nada acontecia, parecia tudo parado. Acho que isso foi importante para a trama do livro, já que as coisas na vida não acontecem rapidamente de uma hora pra outra, só que fez a leitura dessa pobre leitora ser um pouco menos agradável do que ela achava que seria. A gente só reclama, né? Quando o livro é muito rápido, reclama. Quando é muito lento, reclama. Viu, só reclamação, que triste (?).

Entretanto, apesar desse fato ter me desagradado bastante, teve vários outros que foram bons. O mistério em volta do que aconteceu com a Nastya foi muito bem montado, em cada capítulo ela dava um pequeno detalhe a mais, fazendo com que ficássemos cada vez mais curiosos. Só que a resolução de tudo isso... eu não sei, eu acabei não gostando tanto. Acho que é porque minhas opiniões previamente formadas interferem no quanto eu gosto daquilo, dependendo do que acontece. Achei que ficou bom para o livro, porque tem todo um lance de segundas chances e de como é importante você amar a si mesmo também, pelo menos foi o que eu consegui tirar dele. Só que eu acabei não gostando, então o problema é comigo mesmo, mas ainda bem que consigo separar o que é bom pra mim e o que é bom pro livro (?). O final ficou muito digno, eu não poderia querer nada diferente do que foi. Temos que aceitar que muitas coisas na nossa vida acontecem e não podemos mudar isso, só podemos nos perdoar, aceitar as coisas como são e seguir em frente. Só que isso não é sempre fácil de fazer e esse livro mostrou isso, o que me agradou bastante. É uma leitura intensa, lenta, porém muito interessante. Foi uma boa leitura no final das contas, de verdade, fiquei feliz por tê-lo lido.

A Nastya é muito teimosa. Ela não fala desde o dia em que sua vida se perdeu, porém isso é uma escolha dela, sua voz ainda está intacta. Ela corre todos os dias, sempre atenta a tudo que está ao seu redor, para poder se livrar da sensação ruim que se apodera dela. No colégio usa roupas vulgares, para que isso a distancie das pessoas, porém não conseguiu isso por completo. Fiquei muito brava com ela em várias situações, porém não deixava de entender o lado dela e como toda a sua vida perfeita foi desfeita. O mais legal foi que os protagonistas tinham todo aquele ar de imperfeitos, o que os tornavam mais reais. Isso foi muito bom pro livro, gostei. Josh é um garoto sozinho no mundo, apesar dos pais de Drew, seu melhor amigo, sempre estarem por perto para ver se precisa de alguma coisa. Adora fazer móveis, principalmente na sua garagem, e foi o pai que o ensinou. Eu o adorei, simples assim. Claro, tem todo aquele lance de defeitos que eu já citei, mas no fundo no fundo ele é uma pessoa maravilhosa, só que sofreu perdas demais pra uma pessoa da sua idade. A única coisa que eu detestava neles dois era o apelido que o Josh deu pra Nastya: Flor do Dia. Sério, de onde esses apelidos vêm e porque eles são usados? Não é legal, não gostei, mas tudo bem. Ainda tem o Drew, que é o melhor amigo do Josh e é super mulherengo. Ele faz amizade com a Nastya também. Não gostei dele, o achava insuportável e não via a hora dele sair de cena. Juro, que tenso. Mas enfim, essa é a vida.


Resumindo: o livro é bem escrito, com personagens bem desenvolvidos e com características marcantes, é intenso, só que tudo acontece bem devagar, o que não fez minha leitura ser muito bem aproveitada. Mas no final das contas foi um livro bom e que eu com certeza recomendo para todo mundo. É isso, leiam. Só, fim.

 
Layout de Giovana Joris