Título: O
Menino dos Fantoches de Varsóvia.
Original: The Puppet Boy of Warsaw.
Autora:
Eva Weaver.
Editora:
Novo Conceito.
Nota:
3/5.
Mesmo diante de uma vida extremamente difícil, há esperança. E às vezes essa esperança vem na forma de um garotinho, armado com uma trupe de marionetes – um príncipe, uma menina, um bobo da corte, um crocodilo... O avô de Mika morreu no gueto de Varsóvia, e o menino herdou não apenas o seu grande casaco, mas também um tesouro cheio de segredos. Em um bolso meio escondido, ele encontra uma cabeça de papel machê, um retalho... o príncipe. E um teatro de marionetes seria uma maneira incrível de alegrar o primo que acabou de perder o pai, o menininho que está doente, os vizinhos que moram em um quartinho apertado. Logo o gueto inteiro só fala do mestre das marionetes – até chegar o dia em que Mika é parado por um oficial alemão e empurrado para uma vida obscura. Esta é uma história sobre sobrevivência. Uma jornada épica, que atravessa continentes e gerações, de Varsóvia à Sibéria, e duas vidas que se entrelaçam em meio ao caos da guerra. Porque mesmo em tempo de guerra existe esperança. (SKOOB)
Assim,
livros que tem a Segunda Guerra como alguma parte da trama são muito
emocionantes, então sempre fico com receio de lê-los. Não por serem ruins, mas
por causa da sensação ruim e de impotência que você sente por saber que aquilo
foi em parte real e que ninguém fez nada pra ajudar. Então é complicado. Resolvi
então arriscar nesse e ver como seriam esse lance de fantoches (que me dão
medo). Vamos à resenha.
O
livro fala sobre um menino, Mika,
que herdou o grande casaco de seu avô quando ele morreu no gueto de Varsóvia durante todos aqueles
acontecimentos que levaram à Segunda
Guerra. Não era apenas um casaco qualquer, não, este continha segredos:
fantoches, cada um sendo um papel diferente, médico, príncipe, além de alguns
retalhos. Logo, Mika vê a oportunidade de usar esses fantoches para alegrar um
pouco a vida da sua mãe e das pessoas que estão abrigadas ali no pequeno
apartamento onde eles moram no gueto, ou melhor, onde os colocaram por serem
judeus. Todo mundo passa então a conhecer esse menino e os seus fantoches, até
que um dia um oficial alemão o para na rua e sua vida torna alguns rumos
sombrios. Daí vemos o quanto os fantoches vão sendo importantes na vida de cada
uma das pessoas, desde aquela época até bem depois, provando que a esperança é a última que morre. Que
lindo.
Eu
gostei do livro, de verdade. O tema da guerra foi explorado de uma maneira
diferente do que nos livros que eu já tinha lido, mas não deixou de ser menos
sofrido. A trama é bem feita, com bons personagens e dividido em várias partes,
dependo do que está se passando naquele momento. Achei muito interessante o
fato dos fantoches e de ver o quanto uma coisa tão simples acaba sendo tão
especial nos momentos que mais precisamos. As pessoas se divertiam com o show
daqueles bonequinhos, aproveitando aquele pequeno momento de esperança e
felicidade que se permitiam, antes de voltar ao duro mundo real da Guerra. Isso
foi muito bonito e tocante, eu realmente nem sei o que falar sobre isso. Porém,
a trama começa a desandar um pouco. Depois de algum tempo as coisas vão ficando
cansativas, sério, não queria usar essa palavra, mas foi o que eu senti. A
leitura parecia se arrastar e quando estava chegando perto das páginas finais
eu fiquei aliviada, sério. O começo é muito bom, vamos vendo Mika com seus fantoches
que herdou do avô, sabendo como utilizá-los para fazer um show e deixar as
pessoas felizes, tudo isso foi muito interessante. As partes em que os oficiais
chegavam e maltratavam as pessoas eram cruéis, eu ficava apreensiva sempre que
alguma parte assim estava no livro por saber que pessoas passaram por isso de
verdade. Isso é muito tocante, eu tento separar as coisas na hora de ler, mas
nem sempre dá certo.
A
parte cansativa ocorre no meio do livro, mais ou menos. Tem bastante coisa
acontecendo, mas eu não sei, senti que estava ficando cansada. Talvez não fosse
o momento pra essa leitura, sei lá, acredito que para gostarmos de alguns
livros eles precisam ser lidos em momentos certos. Mas, apesar desse pequeno
detalhe, nem toda a minha leitura conseguiu de fato ser atrapalhada, então
achei o livro bom, com detalhes interessantes e com uma trama muito bonita de
esperança e simplicidade. Eu tenho um pouco de medo de fantoches, manequins
(culpa de Supernatural, eu acho) e
coisas que possam ser usadas em filmes de terror macabro e me deixarem
acordadas à noite, só que eles pareciam ser tão bonitinhos e o jeito com que
eles eram tratados no livro parecia que todos eram de verdade, e não
manipulados por alguém. Deu medo, um pouco, mas foi legal.
O Mika é um menino muito corajoso e com
um bom coração. Sempre que podia ia ao hospital ou no orfanato que tinha lá no
gueto e se apresentava para as crianças que ali estavam, desamparadas, algumas
a beira da morte. Foi de cortar o coração de verdade, estou muito sentimental
(?). Quando o oficial o parou na rua e a vida dele tomou um rumo totalmente
diferente, eu fiquei com medo de que o livro fosse ficar um tanto chato, mas
continuou bem e a autora soube como lidar com todas essas informações novas. Eu
gostei. Tem a Ellie, que é uma das
meninas que vai morar com a família lá no apartamento do Mika e da mãe, ela o
ajuda com os fantoches e, claro, é a paixonite do nosso protagonista. Ela é bem
intensa e não consegui gostar dela tanto quanto queria, mas teve sua parte de importância
no livro, então ta bom. Ainda tem o soldado, o Max, mas não posso falar muito sobre ele e sua importância na
trama, então vou apenas deixar o nome dele aqui (?).
6 comentários:
Essas leituras são bem complicadas, não é mesmo? Não é em qualquer momento que podemos ler, porque acaba afetando demais. Mas sua resenha tá linda e me transmitiu a sutileza que essa história parece ter. Achei interessante a ideia de fantoches, apesar de também não gostar muito deles. Haha Gosto bastante da arte da capa do livro.
Eu não vi muita gente falando bem desse livro, por isso ainda não o li. Quando sua introdução foi tão positiva eu estava me animando bastante para inclui-lo na minha lista de leituras, mas sou dessas que foge de livros cansativos. Eu leio somente de noite quando chego do trabalho, então acho que para essa leitura ser mais aproveitosa tenho que faze-la quando estiver de férias mesmo!!
xoxo
http://amigadaleitora.blogspot.com.br/
Eu gosto muito desses livros que trabalham o contexto de Segunda Guerra Mundial, sabe? São muito emocionantes, e tristes, e muitas vezes passam mesmo uma sensação de impotência pra gente, mas alguns deles conseguem passar tbm uma sensação de esperança. E a maioria deles nos mostra o quanto o ser humano é cruel, a ponto de matar pelo simples fato do outro acreditar em alguma religião contrária á dele, ou ter um ponto de vista diferente, um pensamento diferente. Um dos meus livros favoritos é no contexto de Segunda Guerra, "A menina que roubava livros", mds, como eu chorei com esse livro kkk, é tão emocionante, é triste, sim. Mas, nos passa muitas sensações, e verdades.. Estou curiosa pra ler esse livro, apesar de ter visto bastante críticas não muito positivas sobre ele.
Você disse tudo no primeiro paragrafo. É exatamente assim que me sinto quando vou ler um livro assim. Gostei da sua resenha, e fiquei curiosa em relação ao Mika, mas infelizmente não me animei em ler. Quem sabe mais pra frente eu mude de ideia, mas no momento não quero ler.
Blog Prefácio
Gosto muuuito de livro que acontece depois ou na Segunda Guerra !
São sempre bem feitos e cheios de detalhes! Esta historia nao poderia ser diferente achei ela emociante! Quero muuito ler este livro, a capa lembra O nome de pijama listrado!
Também concordo com você que certos livros tem de ser lidos quando estamos no clima para eles, para podermos apreciar toda a ideia do autor e gostar do livro, sou completamente apaixonado por livros que retratam guerras em especial a segunda, é uma parte muito triste da nossa história, mas mesmo assim é onde podemos ver os maiores exemplos de solidariedade e esperança como na história de Mika, sua relação com os fantoches e o que ele faz com eles para poder alegrar pelo menos um pouco as pessoas que estão ali sofrendo, depois de ler vou fazer o balanço e ver se irei gostar mais, menos ou o mesmo tanto que você, espero que gosto do livro 100%.
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