Título: Tão Mais Bonita.
Original: So Much Pretty.
Autora: Cara Hoffman.
Editora: Intrínseca.
Nota: 3,5/5.
Haeden é uma pequena cidade no norte do estado de Nova York que tem como principal empregadora uma fábrica de laticínios. Seus habitantes são pessoas que fincaram raízes por lá e nunca mais foram embora – pessoas que não gostam muito de forasteiros. É o caso da família Piper, que fugiu da confusão da cidade grande com sua precoce e encantadora filha, Alice, procurando um novo começo, e de Wendy White, uma mulher doce e caseira, que desapareceu misteriosamente. Recém-chegada a Haeden, a repórter Stacy Flynn decide reconstituir a vida de Wendy, que fora assassinada, organizando todos os fragmentos que encontra na tentativa de solucionar o caso. Ela escreve um apaixonado artigo para o jornal local, que desperta em Alice o desejo de também investigar o crime. Enquanto Alice e Flynn, separadamente, observam as pessoas ao redor em busca do assassino, o destino de Alice é entrelaçado para sempre ao de Wendy, quando um segundo crime abala as estruturas da cidade. (SKOOB)
Assim como a resenha de
O Torreão foi a mais confusa que eu fiz, acho que a de
Tão Mais Bonita será a que terá mais contradições. Eu realmente pensei em várias maneiras de fazer essa resenha e creio que vá sair completamente diferente de tudo o que eu planejei. Ou não, sei lá.
Bom, o livro é praticamente em torno de duas coisas: (1) do desaparecimento e morte de
Wendy White e (2)
Haeden, a cidade onde se passa a história. A vida de todo mundo que aparece no livro se entrelaça por causa desses fatores.
Stacy Flynn é uma repórter que foi para essa cidade a fim de buscar o seu grande furo de reportagem. Haeden é uma pequena cidade dos EUA que ficou conhecida após o sumiço da Wendy (Peter Pan) e tem moradores bem chatos com relação a pessoas de fora - forasteiros. Essa também foi a cidade que os
Alice veio morar com os pais bem pequena. Foi lá que cresceu e aprendeu tudo o que sabe - é claro, né? Ela é uma super gênio e vive pulando em seus trapézios improvisados no celeiros. Quando lê a reportagem que Stacy fez após descobrirem o corpo da Wendy, ela começa a ligar alguns pontos e lembrar de coisas que antes pensava que não era nada. Isso a faz tomar uma decisão: fechar seus olhos em relação a isso ou fazer alguma coisa para mudar. É então que o destino dessa pequena garota se entrelaça com a garota morta em mais um caso muito tenso para a pobre cidadezinha. Foi o melhor que eu pude fazer, em geral está bem parecida com a original. Minha imaginação ta ficando um tanto podre.
Sabe aqueles livros que você lê a sinopse, acha que sabe sobre o que se trata, mas quando lê é uma coisa totalmente diferente? É basicamente isso que eu achei de
Tão Mais Bonita. É um livro intenso, não é fácil de ser lido e que fica na sua cabeça por um tempo. Fiquei a noite inteira pensando no livro e tentando capturar cada detalhe que eu possa ter perdido no caminho. Começando do começo (óbvio): a narrativa é um tanto confusa, eu assumo. É narrada por diversos personagens, às vezes em primeira e outras em terceira pessoa, e acaba não tendo um tempo definido para se passar. Algumas vezes somos levados para 1997, depois para 2006 e então de volta aos tempos atuais. No final acaba tudo se juntando e tomando um rumo muito bom, que me deixou muito surpresa. Mas não deixa de ser confusa... muito. Há também algumas cartas e depoimentos durante os capítulos, o que engana totalmente as pessoas. Isso que eu me senti por esse livro:
surpresa e enganada. Apesar de o final ter me surpreendido, acabei me decepcionando da forma como terminou. Senti que não fiquei inteiramente satisfeita, faltou algum detalhe para acrescentar.
Apesar desses pontos negativos (o que rendeu ao livro menos 1,5 estrelinhas), o livro é interessante. Me surpreendeu, já falei isso, palmas para ele. O tema foi o que mais me agradou. 'Agradar' não é a palavra correta, mas essa é a única que eu consigo pensar. Fala sobre violência contra mulheres, o que está cada vez mais comum hoje em dia. Infelizmente. Até nos livros! É sempre as mulheres vítimas, não é? Escrevam um livro sobre uma mulher que mata homens, eu irei ler. Nada contra os homens, ok? Assim eles não vão comentar mais aqui no blog, só estou falando sobre o que o livro diz e que está acontecendo nos dias de hoje. Também fala sobre a sociedade um tanto machista em que vivemos, onde todo processo que acontece tem vários homens envolvidos. Me surpreendeu (essa é a palavra dessa resenha, conte quantas vezes eu disse essa palavra ou derivados dela e coloque nos comentários) positivamente, não esperava que fosse isso. Gostei.
Outra coisa que eu super gostei foi lembrar de um seriado que adoro enquanto lia esse livro:
American Horror Story. Não só por ambos serem confusos, mas por outras coisas também, tipo paranoico. As pessoas do livro são loucas, francamente. Acho que a cidade é mal assombrada, será? Não é um livro sobrenatural e se fosse... provavelmente seria uma caso para
Dean e Sam (olha os seriados reinando nas resenhas novamente, que saudades).
Personagens agora, adoro essa parte, por isso a deixo para o final. Achei todos muito estranhos e intensos. Alice é uma garota gênio que gostava de construir coisas, brincar de circo com seu amigo Theo e sair pelas ruas inventando novas maneiras de se divertir. Não sei o que falar dela depois do final, talvez... surpreendente? (mais uma para a contagem) Theo não é muito explorado, mas sempre está junto com a garota e também participou das loucuras dela quando criança. E depois de grande também. Era divertido ler as partes em que eles eram crianças, adoro elas em livros, são super gracinhas. Na vida real também, a dos outros, é claro. Voltando aos personagens, os pais da Alice são estranhos, não tenho outra coisa para falar deles. Stacy é determinada e meio paranóica. Ela realmente não parava de se preocupar com o sumiço sumiço da garota e formas de talvez poder salvá-la, provavelmente era a única que ainda fazia isso. Também vemos algumas partes da Wendy narrando e fiquei com dó dela, ninguém merece as coisas que ela sofreu. Triste.
"Estão procurando uma mulher de cabelo louro, castanho ou preto. Uma mulher de olhos azuis, talvez castanhos ou verdes. Ela pode ter 1,70 ou 1,75. O cabelo também pode ser ruivo, ou de uma cor artificial, como rosa ou branco [...] As buscas aumentaram nos meses de primavera e verão, e ainda procuram por ela. Como bem sabemos, para uma mulher que se encaixe nessa descrição, é muito fácil simplesmente desaparecer".
- Tão Mais Bonita, prólogo, página 7.
Resumindo: um livro intenso, surpreendente e pode ser muito confuso também. Entretanto é altamente recomendado se você gosta de livros assim. Espere muitas surpresas, viu? Só tenha certeza de que está no clima certo para ele, como eu disse, é beeem intenso.
Tão Mais Bonita foi lançado pela
Intrínseca aqui no Brasil e... porque esse nome? Eu não entendi também, deixe suas sugestões ai nos comentários baseado no que eu escrevi e na sinopse. Só mais uma coisa: quantas vezes eu disse surpreendente/surpresa? (esses também contam!) E essa resenha não foi tão contraditória, que bom, em compensação ficou enorme. Fim.